Pais acusam ministério da Educação de "desorganização"
Em declarações à agência Lusa, o dirigente da CNIPE Rui Martins criticou as recentes decisões do Ministério da Educação e Ciência (MEC) no que toca ao ensino da língua inglesa: "Um dia o Inglês deixa de ser obrigatório nas Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC), no outro cria-se um exame para o 9º ano e, logo a seguir, decide-se que, afinal, o inglês passa a ser obrigatório no 1º ciclo", recordou.
O ministro da Educação, Nuno Crato, anunciou hoje que queria que todos os alunos do 1.º ciclo passassem a ter Inglês como disciplina curricular obrigatória e que tal ainda não tinha acontecido porque esta mudança no programa curricular trará "implicações no 2.º e no 3.º ciclos".
O anúncio da medida surge após a polémica em torno da decisão do ministério em acabar com a obrigatoriedade do inglês como oferta das AEC"s.
Apesar de todas as escolas públicas serem obrigadas a ter AEC, estas não são de frequência obrigatória. Resultado: Nem todos os alunos frequentavam as aulas de Inglês e, por isso, o nível de conhecimento dos alunos era variável, defendeu hoje Nuno Crato.
Para Rui Martins, o anúncio feito hoje pelo governante, durante a sessão solene do arranque do ano letivo do Conselho Nacional de Educação, "é um retrocesso" em relação ao que tinha sido decidido.
"Um dia é uma coisa, no outro dia já é outra. Este tipo de decisões mostra que há uma grande desorganização do ministério", considerou o dirigente, lamentando que "as decisões sobre a educação das crianças vão sendo conhecidas a conta-gotas".